Sobre a Esclerose Multipla
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O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA
É a mais comum disfunção neurológica do jovem adulto. É uma doença inflamatória crônica de causa ainda desconhecida, que ataca o sistema nervoso central (SNC).
Também conhecida como doença desmielinizante, pois lesa a mielina que recobre e isola as fibras nervosas responsáveis pelas ordens enviadas pelo cérebro (impulsos), os nervos ópticos e a medula espinhal. A mielina é substância constituída por proteínas e gorduras que encapa os neurônios garantindo a condução de mensagens que controlam todos os movimentos conscientes e inconscientes do organismo. Na EM, a mielina se transforma em placa endurecida (esclerose) prejudicando a transmissão dos impulsos do cérebro, do nervo óptico e da medula espinhal, dificultando o controle de várias funções orgânicas.
O termo esclerose múltipla é dado pelas múltiplas áreas de lesão, ou cicatrização, (esclerose) que constituem os diversos focos de desmielinização no sistema nervoso. Se a lesão for moderada, a mielina poderá reconstruir-se. Os sintomas e sinais neurológicos da EM são tão diversos que os médicos podem falhar no diagnóstico quando aparecemos primeiros sintomas.
As lesões variam no tamanho – placas de um milímetro até vários centímetros de diâmetro – e ocorrem por todo o cérebro, nos nervos ópticos e na medula espinhal. A maioria das lesões, embora não ocorra em todas as placas, se localiza na proximidade dos vasos sanguíneos. Até certo ponto, a maioria dos pacientes se recupera clinicamente dos ataques individuais de desmielinização, produzindo-se o curso clássico da doença, ou seja, surto/remissão.
Existem vários tipos de EM, 85% são do tipo SURTO/REMISSÃO, na qual os ataques súbitos neurológicos melhoram espontaneamente. 15% dos pacientes têm ataque neurológico gradual com lenta e grave piora dos sintomas. É o tipo PROGRESSIVA, PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA.
SINTOMAS
Em geral, a EM manifesta-se no período inicial da vida adulta. Pode revelar-se durante breve espaço de tempo e reincidir anos mais tarde. Os sintomas variam de acordo com as partes afetadas do encéfalo e da medula espinhal. Manifestam-se de diferentes formas, dependendo da intensidade da desmielinização levando ao enfraquecimento das transmissões elétricas dos nervos para os músculos e outros órgãos.
Na grande maioria de portadores a doença provoca uma série de crises cujos sintomas podem ser discretos ou intensos, isolados ou combinados e que aparecem e desaparecem. Isso faz o paciente recuperar-se parcial ou totalmente das dificuldades resultantes desses sintomas.
São eles: parestesias (formigamentos), debilidade de uma ou mais extremidades (braços e pernas), perda da visual unilateral (neurite óptica), falta de coordenação, incontinência, hesitação ou retenção urinária, vertigens, perda de audição, dor facial, dores nos braços, pernas, tronco, marcha desequilibrada, disartria (dificuldade de falar) ou alterações das funções intelectuais. Podem ocorrer também: espasmos musculares (câimbras), infecção do sistema urinário, prisão de ventre, ulceração da pele e mudanças de humor.
A velocidade do surgimento, assim como da recuperação varia enormemente. Os sintomas vão e vêm de maneira ainda inexplicável, e isso é uma característica específica da EM que não ocorre em outros tipos de doenças do sistema nervoso.
SINTOMAS MAIS COMUNS
FADIGA
Estima-se que 80% dos pacientes são acometidos por este sintoma. Mesmo após uma noite de sono repousante, ao acordar o paciente encontra-se fatigado. Há medicações que controlam este sintoma, que entretanto provocam efeitos colaterais, por isso, devem ser ministrados somente pelo médico que acompanha o paciente.
PERDA DA SENSIBILIDADE
A perda da sensibilidade na face, extremidades ou resto do corpo, é um frequente sintoma inicial da doença. Pode ser moderada ou grave ou interferir no funcionamento das partes afetadas. Aparecendo nos pés, por exemplo, pode trazer dificuldade para andar ou calçar chinelos. Nas mãos, dificulta a escrita ou a segurança de objetos. Em outros locais do corpo, o paciente deverá ter cuidado com temperaturas altas e sensações de calor.
NEURITE ÓPTICA
É uma inflamação do nervo óptico, o nervo que transmite imagem da retira para o cérebro. Aparece em 55% dos pacientes. É também considerado um dos primeiros sintomas. São unilaterais, raramente nos dois olhos. A deficiência visual dura no máximo alguns dias.
DOR
55% dos pacientes apresentam dores no curso da doença. 40% manifestam dor crônica. Apenas 5% têm síndrome de dor aguda.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Em alguns casos aparece um descontrole de contração e descontração do músculo da bexiga responsável pela retenção e esvaziamento da bexiga levando à incapacidade do paciente reter urina ou esvaziar a bexiga adequadamente. Neste caso, o músculo contrator da bexiga pode encontrar-se excessivamente ativo. As contrações da bexiga ocorrem voluntariamente com uma pequena quantidade de urina.
TRATAMENTO
A esclerose múltipla é a doença mais estudada do sistema nervoso. A evolução atual da medicação para o tratamento da doença está cada vez mais próxima de controlá-la. Hoje em dia existem inúmeros medicamentos que ajudam neste controle.
ESTADO PSICOLÓGICO DO PACIENTE
O estado psicológico do paciente interfere no sistema imunológico, podendo favorecer o aparecimento dos surtos. Os problemas que enfrentamos no dia a dia nos conduzem a mudanças em nosso estado emocional, muitas vezes independentes da nossa vontade, que podem levar a piorar ou melhorar as manifestações da doença. A colaboração do paciente em seu tratamento fundamental. Encontros com outros pacientes, conhecimento de como eles reagem à doença e a troca de experiências proporcionam uma convivência mais saudável com a EM.
Equipe APEMERJ